27 de jul. de 2016

Educação e inclusão social


A escola é, ou deve ser, um reflexo da sociedade e do mundo em que vivemos, num plano social, na hora do recreio, na hora de brincar e de conviver junto. Mas e a sala de aula? A sala de aula é feita pra aprender, pra incutir o conhecimento nas crianças e jovens, estimular o aprendizado e a compreensão de matérias dadas. A escola "normal", há tempos, tem um padrão. Um padrão de ensinamento das matérias e um padrão de como os alunos devem compreendê-las. Dentro da sala de aula, um aluno com necessidades especiais intelectuais pode se sentir deslocado. O problema é que não compreendemos nem 50% do funcionamento de nossos cérebros, e, por consequência, entendemos ainda menos do funcionamento de cérebros especiais. A criança com deficiência precisa, dentro da sala de aula, de meios não convencionais para explorar todo seu potencial, e estar dentro de uma escola comum pode prejudicar este afloramento. Porém, mesmo que a escola não tenha a estrutura necessária para receber um aluno especial, diz a lei que a matrícula não pode ser negada. 
Para pessoas com deficiência intelectual, o mundo é outro, a maneira de entendimento é outra. Pessoas com deficiência podem ser gênios, se seu potencial é corretamente explorado; se a ajuda que receber adequar-se a suas necessidades. Já foi provado que deficientes podem aflorar como ninguém na música, por exemplo. Inseri-los em uma sala de aula comum não beneficia nenhum dos lados.
Porém, de um ponto de vista de inclusão social, na hora do recreio, nas relações pessoais, na hora de brincar, este sistema funciona; ajuda a desconstruir preconceitos e ajuda a inserir tal deficiente num plano social, construir suas habilidades de comunicação com outras pessoas, sejam os outros deficientes ou não. Há quem diga que criança aprende por imitação, observação, portanto ao observar interações sociais, ela vai aprender a interagir.
A educação especial está sendo tratada como um complemento para escolarização, e não um substituto. Ou seja, depois de aulas normais, crianças com necessidades especiais vão a centros de educação especial para complementar seu aprendizado. Porém, se considerarmos que pessoas com necessidades especiais aprendem de maneira diferente, qual o aprendizado que ela terá em uma escola normal, com métodos normais? Em se tratando de deficiência intelectual, a educação precisa ser especial, pois a atenção dada a estes alunos precisa ser especial, pois o entendimento de mundo destes alunos é especial, o funcionamento do cérebro é diferente e o gênio que pode aflorar em pessoas "normais", talvez se localize em uma área diferente e precise de um estímulo diferente para se aflorar.
Já na questão convivência, escolas normais trazem benefícios aos alunos. Então porque não implementar salas de ensino especial em escolas normais? Ao invés de criar leis de inclusão, adaptar-se realmente para receber o aluno com necessidades especiais? E ainda que é mais simples adaptar-se para alunos com deficiência física, os quais necessitam apenas de mudanças arquitetônicas, como rampas de acesso, ou um piso tátil indicando caminho e obstáculos.  Exploraria-se o potencial intelectual de cada um da maneira correta, prestaria-se a atenção necessária a alunos especiais, e para alunos normais a educação continuaria como é, porém na hora do recreio, todos se juntam para brincar numa verdadeira aula de solidariedade e inclusão social.

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