4 de set. de 2016

Impeachment: um golpe?

Impeachment é uma punição de caráter político feita para cargos executivos de autoridade, como presidente, governadores e senadores. É previsto que, se aqueles que ocupam estes cargos cometerem crimes, comuns ou de responsabilidade, ou abuso de poder, estes serão impedidos de exercer o cargo. Um líder de um grupo, ao não estar apto à liderança, deve ser substituído.
No caso da ex-presidente Dilma Rousseff, o crime de responsabilidade foi comprovado, e medidas legais foram tomadas. As pedaladas fiscais, principal motivo considerado crime, nada mais são do que a falha do governo em repassar, ou restituir o dinheiro gasto pelos bancos e órgãos, como INSS, com benefícios sociais e previdenciários. Colocando em termos simples, o presidente assina termos fiscais indicando quais foram os gastos do governo a cada mês, porém no governo de Dilma Rousseff foram omitidas as despesas fiscais que o governo deveria ter com as instituições públicas deste documento, "contando" para o mercado que supostamente, há um superávit, mas na verdade aumentando o déficit nas contas públicas pelo aumento da dívida interna com estes órgãos.
O impeachment foi coerentemente aplicado como punição para o crime político-administrativo cometido pela então líder do país, que era responsável pelo governo e toda sua admnistração. Como toda punição para crime, o impeachment está previsto na constituição federal, como a punição por reclusão está prevista para quaisquer crimes cometidos por indivíduos na sociedade.
Pois bem, uma das definições da palavra "golpe" é "estratagema, ardil, trama" ou simplesmente "manobra desleal". O impeachment é leal a constituição, portanto, não há sentido em chamá-lo de "golpe".
Porém, algo extremamente desleal a constituição, que pode ser enquadrado no significado da palavra golpe, é manter os direitos políticos daquele que sofreu o impeachment, conforme estipulado no parágrafo único do artigo 52 da constituição federal:
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
"

Por 61 votos a 20, a maioria de dois terços do senado requerida para votar a favor da condenação em um processo de impeachment foi concretizada, resultando na perda do mandato da então presidente da república. Porém por uma manobra desleal (ou porque não, um golpe, já que já virou palavra de ordem), a votação do impeachment foi separada em duas partes: o impeachment propriamente dito (impedimento, impugnação) e o questionamento de retirar ou não os diretos políticos da Sra. Dilma Rousseff.
Acontece que, como disposto no parágrafo único do artigo 52 da constituição federal, o impeachment implica na perda de direitos políticos. Ou seja, o golpe em que tanto muitos falam, foi concretizado neste ato do congresso nacional.


14 de ago. de 2016

Agora em Botafogo

Aconteceu essa história que viralizou na internet e virou meme. A história da brasileira que não quis passar informações ao estrangeiro por este não falar português. Mas brincadeiras à parte, os brasileiros devem desculpas em nome do Brasil por essa antipatia grotesca.
Ser patriota é amar sua pátria, exaltar sua cultura, seu país e história, o que é nativo da sua terra. Ser patriota é diferente de um excesso de patriotismo. Excesso de patriotismo é se achar superior, é querer se separar do resto do mundo (como certos Brexit por aí), é achar que um turista que está querendo conhecer seu país tem a obrigação de falar sua língua. Excesso de patriotismo é antipático.
A cultura de um país é muito mais que sua língua. Muito além. Afinal, a língua não impediu Caetano Veloso de fazer sucesso em outros países, ou outros grandes nomes de nossa MPB. A língua não impede que o samba seja apreciado por todas as nacionalidades. De fato, a língua é uma parte ínfima, já que há muitas outras formas de nos comunicarmos. Mas a língua facilita, e muito. E ainda mais, uma língua tida como mundial, que é o Inglês. Diria ainda que a língua não é única de uma cultura, de um país. O Inglês se fala nos EUA, Canadá, colonizados pela Grã-bretanha; o Espanhol, em muitos países da América latina e central, colonizados pela Espanha; o Português, no Brasil e em alguns países da África, colonizados por Portugal. Lógico que na evolução das línguas elas foram adquirido suas particularidades em cada país, mas ainda assim mantendo grandes semelhanças.
E Brasil, em particular, é um país formado de um amalgama de vários povos e culturas, vários imigrantes vindos do mundo, várias etnias juntas para formar a diversidade que é apenas única do povo Brasileiro. Achar-se superior à essa história é, no mínimo, uma contradição. É muito provável que seus ancestrais tiveram problemas para se comunicar neste país.
A língua inglesa é a língua considerada mundial apenas para facilitar interações e a comunicação, por ser a mais fácil em termos de gramática. Em plena era da tecnologia e internet, que cada vez mais unifica e aproxima o mundo, o pensamento de que o turista é obrigado a falar a língua do país, além de obsoleto, é ridículo.
Para todos os estrangeiros, extendo as boas vindas de todo brasileiro. Retifico em nome do país que este comportamento não representa a cordialidade e simpatia que é característico desse nosso povo, filhos do mundo.

7 de ago. de 2016

Olimpíadas e a política

Devo confessar que antes dos jogos olímpicos se concretizarem como realidade, mais da metade dos brasileiros estavam preocupados com nossa imagem internacional, por causa de nossos problemas políticos, financeiros, de segurança e saúde. Mas a medida que a abertura dos jogos foi se mostrando na tela da TV, essa preocupação foi diminuindo e dando lugar a um orgulho nacional e uma emoção causada pelo grande espetáculo visual tomando forma.
Espetáculo  visual e cultural, mostrando pro mundo que o Brasil é um país não só da festa, mas da diversidade, da cultura nacional, um amálgama de nossos imigrantes, índios, colonizadores; da música, com diversas gerações se apresentando juntas, diversos estilos, e também, além de mostrar sua cultura,u m país que tenta, e que se importa em conscientizar o mundo sobre a importância ecológica, em um espetáculo de um país sem egocentrismos, que sabe que é filho do mundo.
A pira olímpica é uma das estruturas mais simples e impressionantes que já vi.

Brasil já estreou no tiro esportivo ganhando medalha. Mas a grande estréia foi na ginástica artística masculina com um espetáculo onde, na
minha opinião, o grande destaque foi o estreante Arthur Mariano Nory, ou só Nory, como é conhecido. Minha maior torcida está com esse menino. Mas, com certeza, um momento memorável foi a emoção de Diego Hypólito quando finalmente conseguiu concluir sua prova no solo.
E no fim, isto é só o começo, e as tão criticadas Olimpíadas (inclusive por esta que vos fala) começou surpreendendo a todos, e conquistando àqueles que não tinham uma posição favorável a realização. Tiraram um pouco o peso da preocupação política e financeira do país. Ao menos, falo por mim.
Porém, não podemos esquecer completamente os problemas, nem perdoá-los nem um pouco.
Em meio a esta euforia olímpica, porém, me deparo com uma certa postagem compartilhada por uma colega na minha timeline do Facebook. Era uma postagem
relativa aos jogos, parabenizando Dilma Rousseff por organiza-los. Imagem que reproduzo ao lado.

Minha primeira reação instintiva foi uma certa raiva de quem postou isto, e grande desgosto, sendo que não corresponde nem um milímetro com a verdade, e eu queria e precisava comentar. Porém, como não tinha certeza do papel do governante no comitê organizador, decidi pesquisar. Pesquisei sobre o comitê, sobre a candidatura do Rio de Janeiro às Olimpíadas, sobre o Dossiê de candidatura, sobre a matriz de responsabilidades olímpicas e se o governante do país encontra-se em alguma posição neste comitê.
Tudo começou com os jogos pan-americanos de 2007. Em 1990 o projeto de candidatura do Rio ao Pan começou a ser desenvolvido com o presidente Fernando Collor de Mello. Candidatura que só foi ser oficializada em 2002 com o Presidente FHC. Já a candidatura ao Rio 2016 foi oficializada no fim de 2007 pegando carona nos jogos Pan, o presidente naquela época era Lula. Em 2008 foi anunciada oficialmente como candidata e em 2009 avaliada. Ainda era Lula no poder. Dilma entrou depois de a cidade ser oficializada como sede.
Nisso, no comitê organizador, o governante participa (participa, apenas) do conselho dos jogos, que cuida das demandas do Dossiê de Candidatura e da Matriz de Responsabilidades (documento que lista todos os investimentos para a realização dos jogos), ouvindo sobre problemas e soluções estratégicas, políticas e financeiras. Este comitê, como diz o nome, é um conselho; aconselha. O envolvimento mais direto com os jogos cabe ao prefeito do Rio de Janeiro, já que é a cidade que sediará que precisa resolver problemas estruturais.
Se a abertura foi o que foi, os responsáveis são os organizadores da cerimônia, produtores, produtores executivos, diretores de arte, de fotografia, coreógrafos, dançarinos, iluminadores, voluntários e mais um grande número de pessoas que trabalham nos bastidores e que não tem nada a ver com política.
Dilma Rouseff não foi nem responsável pela candidatura da cidade, nem responsável pelo Rio de Janeiro, e menos ainda responsável pela organização (já que não é alguém que faz parte de alguma produção executiva), apenas participou de um comitê de aconselhamento. Então não, não há verdade na frase “ficou 7 anos organizando tudo”.

Agradeço a cada trabalhador das Olimpíadas, por mostrarem que o Brasil e o povo brasileiro tem competência de emocionar o mundo em um espetáculo sem proporções que ficará na memória, por mostrarem com maestria a cultura do nosso povo, diverso como um só, único no mundo. E agradeço a mim mesma por respirar e pensar duas vezes, pesquisar e me instruir antes de comentar algo que tinha pouco conhecimento sobre. Fatos são os melhores argumentos, irrefutáveis. E é através de pesquisa, se o conhecimento lhe faltar, que se chega a um entendimento sobre o assunto. Sei que fui dormir tranquila, evitando discussões, porém me posicionando sobre algo que era falso e injusto.

2 de ago. de 2016

Biel (machismo)



Biel. Biel virou sinônimo de machismo e preconceito. Biel virou sinônimo de infantilidade.
Biel surgiu porque foi fácil. Nascido em berço de ouro, filho de uma advogada e um dono de uma empresa de shows, o pai colocou o filho pra "cantar" porque podia. E emplacou, foi angariando alguns fãs pelo Brasil cantando seu funk.
Porém, Biel, na mídia, e em suas opiniões, as quais lhe parece legal divulgar a quatro ventos, sempre foi machista, homofóbico, preconceituoso. Como comprovado por alguns de seus tweets antigos. Em plena época do amor liberal, empoderamento feminino e inclusão social.
E como se não bastasse, assediou sexualmente uma repórter do IG, tentando se defender depois afirmando que era apenas uma "brincadeira", como se fosse normal. Depois de gravar um vídeo pedindo desculpas, Biel, em uma festa, comprovou seu falso vitimismo ao cantar, no palco, os versos "tá gostosinha/te quebro ao meio". E não satisfeito, acusa a repórter que o denunciou de o prejudicar, afirmando que não vai mudar porque "é o jeito dele". Ou seja, essa é mesmo a pessoa que ele é. Porém, ele não sofre nenhuma consequência pelo assédio, enquanto a jornalista que, muito que bem, o denunciou, perdeu seu emprego.

Machista, por definição, tem a mente fechada dentro da caixinha. Machista julga uma mulher pela aparência e por número de homens que passaram pela sua vida e a condena, sendo que pelas mesmas razões um homem é enaltecido. É o famoso dois pesos e duas medidas. É triste como ainda precisamos explicar o que está errado neste pensamento. E ainda que fosse somente um pensamento! Infelizmente, isso vem acompanhado de atitudes. Muitos homens ainda acham que bater em uma mulher é aceitável, e normalmente porque esta tal mulher não quer dar um beijo, ou fazer sexo. Pois bem, se o pensamento machista condena as mulheres pelo número de homens com quem estiveram, porque este mesmo homem machista, vendo uma mulher, acha que ela tem por obrigação "ficar" com ele? E não é nem por roupas, é por ser mulher. Muitos homens acham que se dirigir ofensivamente a uma mulher é lisonjeiro, ou apenas brincadeira. Homens se acham no direito de gritar ofensas a uma mulher na rua pois em seu pensamento machista controverso, chamar uma mulher de gostosa fará ela gostar de você, mesmo, esse mesmo pensamento machista julgando que a mulher que tem essa atitude não é "pra casar". Ainda seguindo a linha do pensamento machista controverso, eles se acham também no direito de te assediar diretamente, no ônibus, no táxi, no uber, no metrô, como se o corpo de uma mulher fosse propriedade pública. Resumindo, o pensamento machista controverso diz que não se deve respeitar uma mulher.
E geralmente, isso vêm em combos. Machistas são preconceituosos e homofóbicos, pois, segundo sua linha de pensamento, quem é diferente não merece respeito. Infelizmente, esta não é uma questão de educação, pois, como o Biel, muitos nasceram em berço de ouro e tiveram oportunidades na vida de ter a melhor educação na escola. É uma questão de caráter, algo muito mais difícil de ser construído, e mais difícil ainda de ser mudado e aprendido ao longo da vida, o que só acontece com uma vontade de mudar e remoldar suas atitudes, acontece quando está disposto a colocar-se no lugar do outro e pensar em como se sentiria. É colocar em prática a frase "não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você". É pensar em como o ódio gratuito fere os outros e fere à você mesmo por dentro. Pensar em como se sente uma mulher que teme ser estuprada no meio da rua por estes mesmos machistas controversos que ela aguenta todo dia, calada, a assediando em cada canto.
Não deveria precisar dizer isso, nem apontar o que há de errado, mas infelizmente, ainda há no mundo esse tipo de atitude.
PS: Sobre a outra metade do combo, homofobia e preconceito, falo no post Direitos Humanos

27 de jul. de 2016

Educação e inclusão social


A escola é, ou deve ser, um reflexo da sociedade e do mundo em que vivemos, num plano social, na hora do recreio, na hora de brincar e de conviver junto. Mas e a sala de aula? A sala de aula é feita pra aprender, pra incutir o conhecimento nas crianças e jovens, estimular o aprendizado e a compreensão de matérias dadas. A escola "normal", há tempos, tem um padrão. Um padrão de ensinamento das matérias e um padrão de como os alunos devem compreendê-las. Dentro da sala de aula, um aluno com necessidades especiais intelectuais pode se sentir deslocado. O problema é que não compreendemos nem 50% do funcionamento de nossos cérebros, e, por consequência, entendemos ainda menos do funcionamento de cérebros especiais. A criança com deficiência precisa, dentro da sala de aula, de meios não convencionais para explorar todo seu potencial, e estar dentro de uma escola comum pode prejudicar este afloramento. Porém, mesmo que a escola não tenha a estrutura necessária para receber um aluno especial, diz a lei que a matrícula não pode ser negada. 
Para pessoas com deficiência intelectual, o mundo é outro, a maneira de entendimento é outra. Pessoas com deficiência podem ser gênios, se seu potencial é corretamente explorado; se a ajuda que receber adequar-se a suas necessidades. Já foi provado que deficientes podem aflorar como ninguém na música, por exemplo. Inseri-los em uma sala de aula comum não beneficia nenhum dos lados.
Porém, de um ponto de vista de inclusão social, na hora do recreio, nas relações pessoais, na hora de brincar, este sistema funciona; ajuda a desconstruir preconceitos e ajuda a inserir tal deficiente num plano social, construir suas habilidades de comunicação com outras pessoas, sejam os outros deficientes ou não. Há quem diga que criança aprende por imitação, observação, portanto ao observar interações sociais, ela vai aprender a interagir.
A educação especial está sendo tratada como um complemento para escolarização, e não um substituto. Ou seja, depois de aulas normais, crianças com necessidades especiais vão a centros de educação especial para complementar seu aprendizado. Porém, se considerarmos que pessoas com necessidades especiais aprendem de maneira diferente, qual o aprendizado que ela terá em uma escola normal, com métodos normais? Em se tratando de deficiência intelectual, a educação precisa ser especial, pois a atenção dada a estes alunos precisa ser especial, pois o entendimento de mundo destes alunos é especial, o funcionamento do cérebro é diferente e o gênio que pode aflorar em pessoas "normais", talvez se localize em uma área diferente e precise de um estímulo diferente para se aflorar.
Já na questão convivência, escolas normais trazem benefícios aos alunos. Então porque não implementar salas de ensino especial em escolas normais? Ao invés de criar leis de inclusão, adaptar-se realmente para receber o aluno com necessidades especiais? E ainda que é mais simples adaptar-se para alunos com deficiência física, os quais necessitam apenas de mudanças arquitetônicas, como rampas de acesso, ou um piso tátil indicando caminho e obstáculos.  Exploraria-se o potencial intelectual de cada um da maneira correta, prestaria-se a atenção necessária a alunos especiais, e para alunos normais a educação continuaria como é, porém na hora do recreio, todos se juntam para brincar numa verdadeira aula de solidariedade e inclusão social.

20 de jul. de 2016

Feminismo

Antes de mais nada, quero deixar bem claro que nunca compactuei, apoiei, e nem vou apoiar o machismo. Quero deixar bem claro que não condeno nem sou contra o feminismo.
Tendo dito isso, podemos começar.

Feminismo prega a igualdade de gênero. No dicionário se define como "Feminismo é um movimento político, filosófico e social que defende a igualdade de direitos entre mulheres e homens." Pois bem, vamos falar do aspecto social. O problema do Feminismo, atualmente, é que a mulher quer se igualar ao homem, poder "pegar" todos e não ser julgada como piranha. Até aqui OK, também concordo com isso, também acho que não devemos ser julgadas pois defendo veementemente que toda mulher deve ter sua fase "puta" (mas com classe) pois é extremamente saudável. Ajuda a mulher à conhecer o próprio corpo, os próprios limites. Porém, esse problema de querer se igualar ao gênero masculino, como "a pegadora", "a comedora", está atendendo à conveniência deles. Como? As mulheres estão "fáceis", fáceis de pegar, fáceis de largar. As mulheres estão indo até eles, estão favorecendo o conforto deles ao quererem se igualar ao masculino. Tanto que estão achando normal convidar uma perfeita estranha, conhecida por meio da internet, à ir "visitar" na casa deles. E algumas vão.
Os homens estão se desacostumado a "mexerem a bunda" para irem conhecer uma mulher. Estão se desacostumando a participar do "jogo da conquista", se desacostumando com a conversa, com uma "troca de ideias", com pensar com a "cabeça de cima". E é por nossa causa.
Sejamos "putas" se quisermos ser, uma mulher não deve ser julgada pelo número de parceiros sexuais que teve. Porém, usemos nosso poder feminino. Façamos eles virem até nós, e não o contrário, porque uma vagina se encontra em cada esquina, porém uma mulher se conquista com um pouquinho de dificuldade. Mesmo sendo, na verdade, nós que conquistamos, nós que filtramos aqueles que deixamos nos conquistar e aqueles que não.
Sejamos mulheres, sejamos "putas", sejamos livres para sermos "putas" ou para sermos "santas", porém, sejamos tudo isso com a classe que só o poder feminino tem.

14 de jul. de 2016

Pray for Nice

Uma tragédia acabou de acontecer hoje na França. De novo. A terceira em menos de um ano. Um atentado de proporções horrorosas, algo impossível de explicar o porquê.
Um caminhão invadiu uma multidão feliz, que estava comemorando o dia da Bastilha. Eles estavam comemorando, fazendo sua festa quando um caminhão invade, deliberadamente jogado contra eles, matando 70 pessoas, e deixando o resto em pânico, sem entender o motivo de sua felicidade ser tão brutalmente interrompida; uma multidão que substitui o sorriso pelas lágrimas de pânico e medo de ser morto.
E porque? Não dá pra saber. Não dá pra começar a querer entender humanos que matam humanos por incompreensão e intolerância. Por falta de um mínimo respeito pela vida alheia, pela necessidade doentia de se achar superior por causa de uma crença e de querer impô-la ao alheio, julgando quem vive de maneira diferente "impuro", "indigno".
Ninguém tem o direito de julgar outra vida humana. Quem o faz perde sua mais pura humanidade. Se achar superior à qualquer "raça", automaticamente te faz perder toda sua razão, te faz mesquinho, é desprezível.
Para aqueles que pensam assim, que pensam-se sozinhos no mundo, que acham que apenas uma única"raça", "etnia" ou grupo de pessoas é digna de viver a vida, cito aqui (ou parafraseio) um trecho do discurso do Doctor, em "The Zygon Inversion", s09e08 de Doctor Who:

Este é o problema de vocês, criadores de problemas. Quando vocês tiverem ganhado, quando sua utopia tornar-se realidade, quando restar apenas sua raça no mundo, o que acontecerá? Vocês irão trabalhar? As pessoas poderão tocar violinos? Quem fará os violinos? E a pergunta mais importante: o que você fará com pessoas como você (os criadores de problemas)? Você pode até ganhar, mas ninguém ganha por muito tempo.

29 de jun. de 2016

Liberdade de expressão

Sob a luz dos recentes acontecimentos envolvendo o deputado Jair Bolsonaro surge o questionamento: até  onde vai a liberdade de expressão? É "liberdade de expressão" usar suas palavras para apologias a crimes hediondos e para ofender o próximo, seja seu colega ou a sociedade, quando em exercício de um cargo público? A resposta é negativa. Cada local de trabalho possui uma conduta, e é, ao menos, de bom decoro que empregados o sigam. O caso de um cargo público também segue a regra.
Sobre Bolsonaro sugerir estupro em sua fala, não há dúvidas que é, no mínimo, antiético, pois é um crime condenado pela lei. Porém o processo mais recente de quebra de decoro por apologia à tortura, está causando mais discussão, pois há quem argumente que o Coronel Brilhante Ulstra não é legalmente acusado de ser um torturador e por isso o processo seria injustificado. No entanto, o Coronel é socialmente reconhecido por décadas como tal. E o claro propósito do Deputado foi indiretamente ofender sua colega Dilma Rousseff. Ou seja, tal Coronel citado poderia até ser um mito, porém um mito reconhecido socialmente por prática criminosa e, como se não bastasse, estrategicamente planejado em seu discurso para ofender àquela que estava sob julgamento do processo sob votação. Bolsonaro, enquanto no exercício de seu cargo público, em uma votação do plenário para o bem público, se expressar como fez, é, sim, uma quebra de decoro parlamentar.
Decoro, segundo sua definição no dicionário, é: "1. recato no comportamento;decência 2. acatamento das normas morais; dignidade; honradez; pudonor 3. seriedade nas maneiras; compostura 4. postura requerida para exercer qualquer cargo ou função, pública ou não", o que nos remete à indagação acima sobre a "liberdade de expressão". Ofensa deliberada à colega de trabalho, é uma quebra de decoro. Ofensa deliberada utilizando-se de apologia a crime, é hediondo, repulsivo. Portanto, caro colega, Coronel Brilhante Ulstra não necessita de uma condenação legislativa como um criminoso, apenas a associação de seu nome, por décadas, a um crime, que por sua vez é diretamente relacionado com a colega do Deputado em questão, deixando claras suas intenções, são mais que suficientes para justificar uma punição.

28 de jun. de 2016

Brexit, xenofobia, e o nosso DNA.

Já viram o vídeo sobre nossas verdadeiras origens? Voluntários para um teste de DNA com um resultado muito bonito. Esse vídeo fala muito por si só sobre estes assuntos no título.
Então uma das decisões mais atordoantes recentemente foi a de o reino unido se separar da união européia, uma decisão feita pela velha geração de um país, uma geração que já viveu, que já aproveitou dos benefícios de partilhar um lugar comum com outros países, um mercado comum e livre, a liberdade de trabalhar em outros lugares recebendo um tratamento destinado a quem é cidadão, a liberdade de uma troca cultural, uma geração que fez uma decisão totalmente egoísta, motivada por sentimentos de superioridade de um povo que se acha "puro" e que imigrantes fazem mal para seu país, sua cultura. Essa xenofobia intensificada provém da recente erupção de refugiados que não concordam e não querem lutar uma guerra que não é sua, que preferem não ser pegos no fogo cruzado do ódio mútuo que não lhes diz respeito, que gostariam que seus filhos crescessem longe desse cenário. O velho clichê que diz que o ódio promove o ódio é mais do que verdade em todos os casos.
Esse é o verdadeiro motivo de uma decisão que vai apenas trazer lamentos. O Reino Unido não será mais unido, mas sim fragmentos do que um dia foi um grande influente do mundo. Escócia concretizará seu desejo de independência de alguns anos atrás e ficará sozinha na UE; Irlanda do Norte se unificará com sua contraparte e irá pertencer a UE, uma Irlanda unificada, porém nunca mais unida; País de Gales também fala em independência; e Inglaterra ficará com sua soberania, orgulho e xenofobia, porém sozinha, sem influência, apenas um país como qualquer outro, com sua moeda, com sua política, com suas regras, tentando resolver seus próprios problemas, desamparada. E com uma economia muito prejudicada. Valeu a pena?
Neste vídeo, uma moça afirma que o teste deveria ser compulsório, pois não existe algo como "raça  pura" no mundo. Não existe e não deveria haver consideração contrária. Nacionalismo exacerbado sempre resultou em adversidades.

25 de jun. de 2016

(In)tolerância e (Des)respeito

"Você não sabe de nada", "você não tem bases para dar opinião sobre tal assunto", "você é arrogante", e outras espécies de ofensas. Quantas vezes fui obrigada a ler/ouvir está espécie de colocação desequilibrada por parte de pessoas no facebook, amigos inclusive, em postagens em que discordo de sua opinião sobre assuntos atuais. São estas pequenas, porém incendiárias, reações que alimentam cada vez mais o ódio que anda sendo tão bem cultivado atualmente. São cada vez mais raras as pessoas que sabem conversar, sabem o significado de um debate, uma exposição de ideias de maneira civilizada.
O propósito de um debate é construir, porém cada vez mais pessoas acham que não precisam mais ser "construídas". Por achar suas opiniões sólidas e intelectualmente soberanas, qualquer cérebro alheio ao seu pensamento, que apresente um argumento diferente, refute sua ideia no intuito de adicionar à conversa, é digno de insultos e ódio.
Cada vez mais as pessoas vem praticando a intolerância, talvez influenciadas por tudo que acontece no mundo atualmente, por ideias de outros que pregam intolerância, que diferenças não são aceitáveis, que uma pessoa pode brincar de soberania, que não existem consequências às suas ações. Respeito é palavra trivial, destituída de significado, desconstruída e espalhada em migalhas. Respeito é um sentimento bom que cada vez perde mais espaço no coração humano pra intolerância e sentimento de superioridade. A humanidade precisa de mais sentimentos bons, precisa que todos ergam suas varinhas e iluminem a marca negra que paira no alto. Menos ódio, soberba, subtrações, intolerância; mais amor, mais debates, mais adições, mais respeito, mais.

24 de jun. de 2016

Os verdadeiros animais

Mataram. Atiraram sem piedade, sem considerar as consequências, sem ter uma verdadeira razão. E isso no espaço de menos de um mês. Quantas foram as tragédias que passaram na sua cabeça lendo esta frase, nesse exato espaço de tempo? A humanidade está tão perdida que está apontando suas armas aos inocentes, e mais inocentes ainda, os bichos. Dizem muito que a principal diferença entre animais e humanos é que eles são irracionais, enquanto humanos, racionais. Eu acho que esse quadro vem se invertendo há um tempo. Animais são instintivos, sensitivos, bondosos. Humanos estão cada vez mais alimentando a cultura do ódio, o individualismo, o "foda-se", um "anti-sentimentalismo", "anti-diferenças", a irracionabilidade, ou o uso do lado racional para cultivar tudo que é ruim.
O Gorila estava, na verdade, protegendo uma criança assustada, porque é criança. O Jacaré estava acuado, sendo um objeto para o entretenimento humano, fora de seu habitat. A Onça também estava acuada, sendo objeto e fora de seu habitat, e ainda estava cercada de ameaças e querendo fugir. Os bichos são diferentes de nós, pensam diferente de nós, e, como "ser diferente" é um conceito complexo demais para a compreensão de alguns, mataram.
Os verdadeiros animais são os humanos, com suas guerras por religiosidade, seus sentimentos e atos exacerbados de ódio, seus usos de recursos para benefício próprio, seu desprezo pela natureza e não-consciência sobre o que ela produz para suportar a vida. Animal não deveria ser sinônimo de brutalidade e irracionalidade; animal vem do reino Animalia, mamíferos. O ser humano é um animal com armas na mão e capacidade cognitiva de racionalizar o porque não usá-las, no entanto, são animais que escolhem ignorar esta última característica.

23 de jun. de 2016

Direitos Humanos

Gays, lésbicas, bi, pessoas que se identificam com o outro gênero, não são coisas de agora, mas começaram a vir a tona a partir do momento em que sociedade e governo começaram a se apresentar como mais liberais e pró direitos humanos. Eles vem formando movimentos, grupos e frentes LGBT porque mesmo nesta sociedade, e neste século, ainda precisam lutar muito por seus direitos, e aqueles simples também, como o de não serem xingados, atacados, machucados e até mortos. Alguns, poucos, foram conquistados, mas são pequenas vitórias. Porém, como podemos falar em igualdade se o ensinamento vem em forma de "respeitar as diferenças"? Eu, você, aquela pessoa que é gay, a outra que é lésbica, aquela que é bi, e a pessoa trans, somos todos Humanos, pertencemos a mesma raça. Posso inclusive estender esta afirmação àquelas pessoas que são mulheres, homens, brancos, àqueles que são negros, outros que são japoneses, índios, albinos, e por aí vai. O princípio é o mesmo, mas nesse post, o X da questão são direitos LGBT. Ou, melhor dizendo, direitos humanos, os quais deveriam, por definição, serem direitos de todos. Pois todos são humanos. Tendo esta base, qual a possível justificativa para LGBT não ter direito à algo? Retomando o ensinamento de "Respeitar as diferenças" citado acima, pensando como um ser humano olhando para um outro ser humano, qual é exatamente a diferença de, por exemplo, um homem, negro, 1,75cm para um outro homem negro de 1,75cm? Não há. Mas a partir do momento que a informação de que um destes homens é gay vem à tona, ela se torna o único lado pelo qual as pessoas o enxergam. E se este homem for um brilhante pesquisador ou matemático? De repente isto se torna descartável. Algumas pessoas não conseguem processar uma informação, como ser gay, e então se atêm à ela, tentando achar uma explicação, e esta informação cresce pois é alimentada pelo ódio que o não entendimento causa e em alguns casos leva á reações extremas, como a do atirador de Orlando. É este o impacto que causa o conceito de "diferenças", por ser muito complexo. E se as únicas informações fossem aquelas que nos tornam iguais? A igualdade é simples, todos nós temos braços, pernas, cabeça e tronco. A humanidade se perdeu tentando achar o conceito de "diferenças". Se perdeu tanto que alguns chegam a matar outros humanos por causa dela.Somos todos humanos, e todos devem ser tratados como tal. Não há razão para sermos segregados, rotulados ou termos direitos diferentes. Direitos humanos foram feitos para humanos.

21 de jun. de 2016

Post 1

Este blog ainda está em construção. Em breve postarei o primeiro texto.
A ideia da criação deste blog é apenas dissertar, expor ideias, e, se assim for de interesse público, debatê-las. Em meio a tanto ódio, tanto extremismo, tanto preconceito, nossas vozes podem e devem ser usadas, porém com cautela, pois as mesmas vozes incitam e causam o ódio citado acima. Palavras são nossa inesgotável fonte de magia, capazes de formar grandes sofrimentos e também remediá-los, já dizia J. K. Rowling na voz do famoso Dumbledore.
Precisamos de mais humanidade no mundo. Pretendo contribuir à causa.