24 de jun. de 2016

Os verdadeiros animais

Mataram. Atiraram sem piedade, sem considerar as consequências, sem ter uma verdadeira razão. E isso no espaço de menos de um mês. Quantas foram as tragédias que passaram na sua cabeça lendo esta frase, nesse exato espaço de tempo? A humanidade está tão perdida que está apontando suas armas aos inocentes, e mais inocentes ainda, os bichos. Dizem muito que a principal diferença entre animais e humanos é que eles são irracionais, enquanto humanos, racionais. Eu acho que esse quadro vem se invertendo há um tempo. Animais são instintivos, sensitivos, bondosos. Humanos estão cada vez mais alimentando a cultura do ódio, o individualismo, o "foda-se", um "anti-sentimentalismo", "anti-diferenças", a irracionabilidade, ou o uso do lado racional para cultivar tudo que é ruim.
O Gorila estava, na verdade, protegendo uma criança assustada, porque é criança. O Jacaré estava acuado, sendo um objeto para o entretenimento humano, fora de seu habitat. A Onça também estava acuada, sendo objeto e fora de seu habitat, e ainda estava cercada de ameaças e querendo fugir. Os bichos são diferentes de nós, pensam diferente de nós, e, como "ser diferente" é um conceito complexo demais para a compreensão de alguns, mataram.
Os verdadeiros animais são os humanos, com suas guerras por religiosidade, seus sentimentos e atos exacerbados de ódio, seus usos de recursos para benefício próprio, seu desprezo pela natureza e não-consciência sobre o que ela produz para suportar a vida. Animal não deveria ser sinônimo de brutalidade e irracionalidade; animal vem do reino Animalia, mamíferos. O ser humano é um animal com armas na mão e capacidade cognitiva de racionalizar o porque não usá-las, no entanto, são animais que escolhem ignorar esta última característica.

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