7 de ago. de 2016

Olimpíadas e a política

Devo confessar que antes dos jogos olímpicos se concretizarem como realidade, mais da metade dos brasileiros estavam preocupados com nossa imagem internacional, por causa de nossos problemas políticos, financeiros, de segurança e saúde. Mas a medida que a abertura dos jogos foi se mostrando na tela da TV, essa preocupação foi diminuindo e dando lugar a um orgulho nacional e uma emoção causada pelo grande espetáculo visual tomando forma.
Espetáculo  visual e cultural, mostrando pro mundo que o Brasil é um país não só da festa, mas da diversidade, da cultura nacional, um amálgama de nossos imigrantes, índios, colonizadores; da música, com diversas gerações se apresentando juntas, diversos estilos, e também, além de mostrar sua cultura,u m país que tenta, e que se importa em conscientizar o mundo sobre a importância ecológica, em um espetáculo de um país sem egocentrismos, que sabe que é filho do mundo.
A pira olímpica é uma das estruturas mais simples e impressionantes que já vi.

Brasil já estreou no tiro esportivo ganhando medalha. Mas a grande estréia foi na ginástica artística masculina com um espetáculo onde, na
minha opinião, o grande destaque foi o estreante Arthur Mariano Nory, ou só Nory, como é conhecido. Minha maior torcida está com esse menino. Mas, com certeza, um momento memorável foi a emoção de Diego Hypólito quando finalmente conseguiu concluir sua prova no solo.
E no fim, isto é só o começo, e as tão criticadas Olimpíadas (inclusive por esta que vos fala) começou surpreendendo a todos, e conquistando àqueles que não tinham uma posição favorável a realização. Tiraram um pouco o peso da preocupação política e financeira do país. Ao menos, falo por mim.
Porém, não podemos esquecer completamente os problemas, nem perdoá-los nem um pouco.
Em meio a esta euforia olímpica, porém, me deparo com uma certa postagem compartilhada por uma colega na minha timeline do Facebook. Era uma postagem
relativa aos jogos, parabenizando Dilma Rousseff por organiza-los. Imagem que reproduzo ao lado.

Minha primeira reação instintiva foi uma certa raiva de quem postou isto, e grande desgosto, sendo que não corresponde nem um milímetro com a verdade, e eu queria e precisava comentar. Porém, como não tinha certeza do papel do governante no comitê organizador, decidi pesquisar. Pesquisei sobre o comitê, sobre a candidatura do Rio de Janeiro às Olimpíadas, sobre o Dossiê de candidatura, sobre a matriz de responsabilidades olímpicas e se o governante do país encontra-se em alguma posição neste comitê.
Tudo começou com os jogos pan-americanos de 2007. Em 1990 o projeto de candidatura do Rio ao Pan começou a ser desenvolvido com o presidente Fernando Collor de Mello. Candidatura que só foi ser oficializada em 2002 com o Presidente FHC. Já a candidatura ao Rio 2016 foi oficializada no fim de 2007 pegando carona nos jogos Pan, o presidente naquela época era Lula. Em 2008 foi anunciada oficialmente como candidata e em 2009 avaliada. Ainda era Lula no poder. Dilma entrou depois de a cidade ser oficializada como sede.
Nisso, no comitê organizador, o governante participa (participa, apenas) do conselho dos jogos, que cuida das demandas do Dossiê de Candidatura e da Matriz de Responsabilidades (documento que lista todos os investimentos para a realização dos jogos), ouvindo sobre problemas e soluções estratégicas, políticas e financeiras. Este comitê, como diz o nome, é um conselho; aconselha. O envolvimento mais direto com os jogos cabe ao prefeito do Rio de Janeiro, já que é a cidade que sediará que precisa resolver problemas estruturais.
Se a abertura foi o que foi, os responsáveis são os organizadores da cerimônia, produtores, produtores executivos, diretores de arte, de fotografia, coreógrafos, dançarinos, iluminadores, voluntários e mais um grande número de pessoas que trabalham nos bastidores e que não tem nada a ver com política.
Dilma Rouseff não foi nem responsável pela candidatura da cidade, nem responsável pelo Rio de Janeiro, e menos ainda responsável pela organização (já que não é alguém que faz parte de alguma produção executiva), apenas participou de um comitê de aconselhamento. Então não, não há verdade na frase “ficou 7 anos organizando tudo”.

Agradeço a cada trabalhador das Olimpíadas, por mostrarem que o Brasil e o povo brasileiro tem competência de emocionar o mundo em um espetáculo sem proporções que ficará na memória, por mostrarem com maestria a cultura do nosso povo, diverso como um só, único no mundo. E agradeço a mim mesma por respirar e pensar duas vezes, pesquisar e me instruir antes de comentar algo que tinha pouco conhecimento sobre. Fatos são os melhores argumentos, irrefutáveis. E é através de pesquisa, se o conhecimento lhe faltar, que se chega a um entendimento sobre o assunto. Sei que fui dormir tranquila, evitando discussões, porém me posicionando sobre algo que era falso e injusto.

Um comentário:

  1. Pra te falar a verdade, eu só vou ficar tranquilo quando isso acabar.
    Tá sendo lindo demais.
    O Brasil, em especial o Rio de Janeiro, não tá fazendo feio.
    1 PM para cada 4 pessoas.
    MUITA POLÍCIA NA RUA.
    Durmo dando graças a Deus por nenhum ataque terrorista.
    Acordo pedindo proteção pro Rio.
    Nessas horas, da orgulho de ser brasileiro.

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